DiagnósticosOuvido

O sistema auditivo é composto pelas orelhas externa, média e interna que transformam as ondas sonoras em impulsos nervosos que percebidos pelo cérebro como sons. O ouvido interno também abriga o sistema vestibular responsável pelo equilíbrio.

Várias são as doenças que podem atingir os ouvidos. De forma geral, as manifestações mais comuns de problemas nos ouvidos são:
Otite

Otite

Quadros inflamatórios e/ou infecciosos que acometem local ou difusamente o ouvido. Dor, secreção amarelada e perda auditiva são sinais e sintomas que podem ocorrer. A otite média aguda é comum na infância após resfriados prolongados. A otite média crônica é frequentemente acompanhada de perfuração timpânica e infecções recorrentes sem dor de ouvido. A otite externa aguda é muito comum nos meses de verão e em nadadores. Em paciente idosos ou diabéticos com dor de ouvido de forte intensidade deve-se considerar a possibilidade de otite externa necrotizante.

Perda Auditiva

Perda Auditiva

Redução na capacidade de perceber os sons. Existem dois tipos principais de perdas auditivas: perdas auditivas neurossensoriais, relacionadas a degeneração de células sensoriais do ouvido e/ou do nervo auditivo; e as perdas auditivas condutivas, provocadas por problemas anatômicos que dificultam a chegada do som até as células sensoriais. Uma perda auditiva neurossensorial bastante comum é a perda de audição relacionada ao envelhecimento, chamada de presbiacusia. Outras causas prevalentes são os processos inflamatórios (ex. doenças reumatológicas), uso de medicamentos, processos infecciosos (virais ou bacterianos) e doenças metabólicas (ex. diabetes). Entre os recém-nascidos destacam-se as doenças genéticas. Grande parte desses casos tem indicação de aparelho auditivo com excelentes resultados. As perdas auditivas condutivas podem ser provocadas por simples acúmulos de cera no conduto do ouvido ou até por mal-formações do ouvido. Também são observadas quando ocorre acúmulo de secreções dentro do ouvido médio (ex. resfriados, otites, sinusites, rinites), em sequelas de otites (ex. perfuração do tímpano), em fixações de ossículos (ex. otosclerose). Em sua maioria, são tratadas com medicações ou cirurgias.

Tontura

Tontura

Chamada erroneamente de “labirintite”, a tontura é um sintoma relacionado a quadros de desequilíbrio corporal com características rotatórias ou apenas de instabilidade. Pode apresentar-se de forma recorrente ou isolada com padrões posicionais ou de início espontâneo. A tontura relacionada a alterações do labirinto são chamadas de vestibulopatias e podem estar associadas a sintomas auditivos (cócleo-vestibulopatias). Diferenciar as causas vestibulares (periféricas) das causas neurológicas (centrais) é um passo fundamental no processo de investigação.

Zumbido

Zumbido

Som percebido pelo paciente, nos ouvidos ou na cabeça, sem que exista uma fonte sonora externa geradora. Em 80% dos casos está relacionado a perdas de audição. Alterações emocionais, metabólicas, odontológicas, musculares ou cervicais podem gerar ou intensificar o zumbido.

Exames para o Diagnóstico de Doenças do Ouvido

O Médico Otorrinolaringologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento das doenças que afetam o ouvido. Para isso, ele poderá solicitar alguns exames complementares:

Acufenometria

Indicada na avaliação de pacientes com que queixa de zumbido (acúfenos). Tem como objetivo identificar a intensidade e frequência do som percebido. Realizada em ambiente com isolamento acústico.

Audiometria de altas frequências

Exame audiológico complementar à audiometria convencional. Avalia a acuidade auditiva do paciente em frequências mais agudas (acima de 8000Hz). Bastante indicado na avaliação de pacientes com queixa de zumbido.

Audiometria Infantil

Em ambiente com isolamento acústico, busca aferir a acuidade auditiva em bebês e crianças menores. A avaliação é feita de maneira lúdica, como se fosse uma brincadeira, para que ela se sinta mais à vontade.

Audiometria tonal e vocal

Realizada em ambiente com isolamento acústico, afere a acuidade auditiva do paciente para diferentes frequências sonoras (250Hz a 8000Hz). Avalia também o limiar de percepção de fala e índice de compreensão de palavras.

BERA/PEATE Sob Sedação

Exame não invasivo e indolor, o PEATE/BERA sob sedação é utilizado para determinar o nível de resposta auditiva, principalmente em recém-nascidos. É um procedimento indicado para crianças, já que elas não podem fazer a audiometria tradicional. Para que não haja nenhuma movimentação que interfira na resposta elétrica, a anestesia é aplicada para levar a criança ao sono induzido.

BERA/PEATE Triagem

Com a triagem auditiva neonatal, é possível identificar a perda auditiva em recém-nascidos. O exame analisa a atividade cerebral elétrica em resposta ao estímulo sonoro. O diagnóstico precoce ajuda a criança a desenvolver a fala e a linguagem.

Eletrococleografia

Exame eletrofisiológico que registra o funcionamento da cóclea e da primeira porção do nervo auditivo. Indicado na avaliação de perdas auditivas e como exame complementar na avaliação de pacientes com hidropsia endolinfática/síndrome de Ménière.

Emissões Otoacústicas

Exame audiológico rápido e indolor que permite avaliar de forma objetiva o funcionamento das células auditivas. O equipamento produz e envia estímulos sonoros aos ouvidos e capta a atividade celular na cóclea. É bastante utilizado nas maternidades no Teste da Orelhinha como método de triagem auditiva neonatal. De acordo com estímulo sonoro gerado são classificadas como transientes ou por produto de distorção.

Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (EOA-PD)

Exame audiológico que permite avaliar de forma objetiva o funcionamento das células auditivas. Captam uma resposta da orelha interna evocada por dois tons puros e simultâneos que geram um produto de distorção. Servem como avaliação complementar nas investigações de perdas auditivas.

Emissões Otoacústicas Transientes (EOA-T)

Exame audiológico rápido e indolor que permite avaliar de forma objetiva o funcionamento das células auditivas. O estímulo transiente corresponde a um som breve, tipo clique, composto por um espectro amplo de frequências. Por possuírem alta sensibilidade, são utilizadas no Teste da Orelhinha como método de triagem auditiva neonatal.auditivo externo. O método não quantifica a deficiência auditiva, porém detecta sua presença.

Imitanciometria acústica ou impedanciometria

Comumente realizada em conjunto com a audiometria, é composta pela timpanometria e pelo teste do reflexo acústico (do músculo estapediano). Durante exposição sonora, permite avaliar a resistência da membrana timpânica, a integridade do sistema tímpano-ossicular e a inteireza dos sistemas aferentes (sensorial) e eferentes (motor) do arco reflexo. É um exame rápido, indolor e realizado em bebês, crianças e adultos.

Microscopia Otológica

Exame dos ouvidos por meio de equipamento de microscopia que possibilita avaliação minuciosa e detalhada do conduto auditivo e da membrana timpânica com grande aumento da imagem. Durante esse exame também é possível realizar limpezas e aspirações dos ouvidos em casos de otites ou acúmulo de cerume com maior precisão. Procedimentos de aplicação intra-timpânica de medicamentos (ex: corticóide) são também realizados sobre microscopia no consultório.

Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência – P300

Exame eletrofisiológico que avalia os processos cognitivos da audição que ocorrem no córtex cerebral. Reflete o uso funcional que o paciente faz com os estímulos sonoros que recebe por meio de fones de ouvido. O paciente precisa estar atento durante o exame. É necessário que identifique, durante várias repetições de um mesmo som (som frequente), a ocorrência de um som diferente (som raro). Detectar alterações no processamento de informação sequencial, desordens de memória e tomada de decisões. Têm sido usado na prática clínica como um exame complementar as avaliações comportamentais do processamento auditivo.

Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE / BERA)

Exame eletrofisiológico capaz de avaliar, a partir de estímulos sonoros, o funcionamento do sistema auditivo, da orelha interna até o tronco encefálico. Permite avaliar integridade da via auditiva e estimar o nível de audição dos pacientes de forma objetiva. Bastante empregado na investigação audiológica de recém-nascidos que falham no Teste da Orelhinha, em adultos com perdas auditivas assimétricas e na avaliação pré-operatória da cirurgia de implante coclear. Utilizam-se adesivos colados na testa e atrás das orelhas e fones de ouvido. Bebês e crianças precisam estar dormindo para realizar o exame.

Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Automático ou Triagem (PEATE-A / BERA-A)

Exame da triagem auditiva neonatal capaz de fornecer informações da via auditiva periférica. A análise da resposta é rápida e feita automaticamente pelo equipamento com algoritmos pré-estabelecidos e critérios de passa/falha. É indicado na triagem auditiva de recém-nascidos com fatores de risco para perda auditiva ou no reteste de recém-nascidos que falham na triagem auditiva inicial.

Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico sob Sedação (PEATE / BERA – Sedação)

Exame eletrofisiológico capaz de avaliar, a partir de estímulos sonoros, o funcionamento do sistema auditivo, da orelha interna até o tronco encefálico. Permite avaliar integridade da via auditiva e estimar o nível de audição dos pacientes de forma objetiva. Opta-se pelo exame sob sedação em situações excepcionais quando não é possível fazer o exame em bebês ou crianças em sono natural. Realizado em maior segurança possível, em ambiente hospitalar com equipe de anestesiologia.

Processamento Auditivo Central

Avaliação fonoaudiológica que tem com objetivo avaliar as habilidades auditivas por meio de testes comportamentais, com sons verbais e não-verbais. Permite identificação de dificuldades de análise ou interpretação de padrões sonoros. Pacientes com alterações no processamento auditivo podem apresentar dificuldade de aprendizagem, leitura ou escrita. Essa avaliação está indicada para crianças acima de 7 anos e adultos.

Teste de Aparelho Auditivo

Processo fonoaudiológico de seleção e adaptação de aparelhos auditivos para pacientes com perda de audição. A indicação é individualizada de acordo com grau e tipo de perda auditiva, necessidades, exigências e preferências de cada paciente.

Teste para Implante Coclear

Avaliação fonoaudiológica indicada para pacientes que apresentam perda de audição e rendimento insuficiente com aparelhos de audição convencionais. Permite aferição em detalhes do ganho auditivo com os aparelhos de audição e identificação dos pacientes que possuem critérios para cirurgia de implante coclear.

Teste para prótese auditiva ancorada no osso

Avaliação fonoaudiológica indicada para pacientes que têm indicação de cirurgia de prótese auditiva ancorada no osso. O paciente tem a possibilidade de experimentar e simular o ganho auditivo com esse tipo de implante auditivo antes da cirurgia.

Timpanometria de Banda Larga ou Multifrequencial

Avalia a resistência da membrana timpânica e a integridade do sistema tímpano-ossicular com maior sensibilidade que a timpanometria convencional. Permite avaliação mais precisa da orelha média, principalmente, em crianças abaixo dos 2 anos de idade.

VEMP (Potencial Evocado Miogênio Vestibular) Ocular e Cervical

Exames que avaliam o funcionamento das estruturas do ouvido relacionadas ao equilíbrio. Através de eletrodos na região da face e do pescoço, são emitidos estímulos sonoros e é avaliada a resposta aos sons. O VEMP Ocular e o VEMP Cervical auxiliam no diagnóstico das doenças do Labirinto.

Vídeo Impulse Test – VHIT

O exame de Vídeo Impulse Test - VHIT é um dos mais modernos para avaliação dos labirintos. Nesse exame, o paciente usa um óculos especial que avalia a movimentação ocular por meio de uma câmera de infravermelho. São realizadas movimentações bruscas com a cabeça e é avaliada a capacidade de fixar o olhar em um ponto.

Video-otoscopia

Exame dos ouvidos por meio de uma microcâmera e fibra ótica com projeção das imagens num monitor. O paciente acompanha a filmagem em tempo real. Permite avaliação detalhada de toda estrutura do conduto auditivo e da membrana timpânica. Não há necessidade de anestésicos do paciente.

Videonistagmoscopia com Prova Calórica

O exame com prova calórica possibilita a avaliação de cada labirinto separadamente. É possível determinar se existem diferenças entre as duas orelhas internas - esquerda e direita. Durante o exame, são realizadas perguntas (nomes de cidade, alfabeto), para que o paciente não foque na sua resposta ao teste.